Quase todas as raças de gatos têm aversão à água. Por um lado, os gatos estão certos, pois passam demasiado tempo a limpar a pelagem para depois se estragar tudo com água! Mas por outro lado, há situações em que o banho é inevitável.
A aversão à água parece ser algo transversal à maioria dos gatos, mas não é algo que se reflicta na história dos felinos. Os grande felinos têm por vezes de atravessar rios para caçar ou vigiar o território. Existem mesmo raças de gatos, como o Turquish Van, que gostam da água e inclusivamente gostam de estar a nadar na banheira. Os gatos que participam em exposições são também lavados frequentemente, isto porque são habituados desde pequenos a vários “rituais de beleza”. E mesmo os gatos que resistem ao banho, não se mostram intimidados com a chuva.
Se tem em casa um gato com aversão à água, pondere antes de decidir dar-lhe banho. Os gatos passam horas por dia a tratar da pelagem, conseguindo manter o pêlo limpo muitas vezes sem a interferência do dono. Por isso, antes de dar banho ao gato, reflicta se não será suficiente escovar o gato ou passar uma toalhita própria sobre o pêlo.
Os gatos não devem tomar banho a não ser que esta seja a única solução de limpeza. Tal como os cães, os gatos produzem óleos que protegem a pele. Ao lavar o gato vai estar a danificar esta camada protectora.
Assim, justifica-se dar banho ao gato quando:
A melhor forma de tornar os banhos pacíficos é habituar o gato desde a sua juventude a tomar banho. Com água tépida, simule o banho, começando com pouca água e acrescentando conforme a resposta do gato. Se o fizer com calma e elogiando o gato por estar a tolerar a água, não haverá problemas nos banhos futuros.
Dê banho apenas num dia em que saiba ter tempo suficiente para poder fazer as coisas calmamente. Os animais pressentem quando os donos estão nervosos e se tiver de apressar o processo, o gato ficará também nervoso, podendo reagir com agressividade ao banho.
Se sabe que o seu gato vai oferecer resistência ao banho, previna-se! No dia anterior, apare as unhas do gato, mas com cuidado para não cortar demasiado.
No próprio dia convém escovar a pelagem, para que o ralo da banheira não fique entupido com o pêlo.
É preferível dar banho ao gato na casa de banho, do que no lavatório da cozinha ou num alguidar em qualquer parte da casa, isto porque a casa de banho é um espaço relativamente pequeno onde o gato pode ser contido, fechando a porta, e fácil de limpar, se o gato sair disparado da banheira cheio de sabão.
Vista uma roupa que possa ser molhada e mesmo arranhada. É aconselhável usar mangas compridas.
Antes de ir buscar o gato, deve também reunir tudo aquilo de que precisa para lhe dar banho e retirar da casa de banho tudo o que possa ser atirado ao chão ou partido.
Para alguns gatos, o barulho da água a correr pode ser assustador, por isso encha a banheira antes de colocar o gato lá dentro. Neste casos, utilize um recipiente de plástico (o metal pode fazer barulho ao raspar na banheira) para encher de água e despejar levemente sobre o gato.
Encha a banheira com água tépida até chegar à barriga do gato, cerca de 10 cm. Coloque o gato dentro e molhe-o. Não molhe o focinho, nem as orelhas do gato. Utilize no fim, o pano suave e molhado para limpar essas zonas.
Depois de molhado, aplique o shampôo, mas não exagere. Esfregue os dedos com suavidade, começando no pescoço e descendo até às patas. Retire o shampôo, passando com bastante água. É importante que não fique shampôo na pele, pois vai causar irritação quando seco. Depois de retirar a água da banheira, volte a molhar o gato para se certificar de que não ficou shampôo por retirar.
Com uma toalha, retire o excesso de água. Esfregue levemente, sobretudo se o gato tem pelagem longa, para que o pêlo não enrice. Com a segunda toalha, se puder, previamente aquecida, envolva o gato para acabar de o secar. No fim, pode utilizar em gatos de pelagem longa um secador “silencioso” ou com uma escova e a ajuda da toalha pode finalizar o trabalho. A maior parte dos gatos prefere secar-se sozinho, por isso coloque uma toalha no sítio onde o gato costuma refugiar-se e deixe-o acabar o trabalho. Não há perigo em deixar o gato ainda húmido, desde que este não tenha acesso a correntes de ar.